1 de agosto de 1954, Rio de Janeiro. Um empresário é assassinado, e na sede da Presidência federal planeia-se mais um crime. O atentado falhado contra o jornalista Carlos Lacerda e uma série de mortes violentas conduzirão ao suicídio de Getúlio Vargas, um dos grandes dramas da História do Brasil.
Uma das mais notáveis narrativas de Rubem Fonseca, Agosto segue a investigação do comissário Alberto Mattos - individualista impenitente, com uma úlcera de estômago e amores desencontrados - e deixa no ar a questão de saber em que medida a história de uma pessoa e de um país se determinam mutuamente.Invulgar romance no conjunto da obra ficcional de Rubem Fonseca, assim se pode definir Agosto, considerado por alguns críticos como um dos melhores livros brasileiros atuais e o melhor do seu autor. […] Agosto fascina com uma expressão mais comedida, com um estilo denso, objetivo e, em certos momentos, altamente irónico.Petar Petrov, Colóquio Letras (abril-setembro 1994)E tome-se ação, tome-se surpresa, tomem-se crimes que levam a outros crimes, numa sucessão alucinante que suga o leitor inexoravelmente, como é próprio do feiticeiro que conduz a narrativa, até à última página do livro. É um livro igual aos outros, no ritmo, na imaginação transbordante e no entrecho que não deixa a bola cair, mas diferente num ponto - desta vez, o mestre maior da narração brasileira abre uma porta e deixa a História entrar. […]Ao recuar a 1954, Fonseca acabou produzindo a sinfonia do Brasil de 1990. Ou a ópera, para recorrer ao gênero musical de predileção do comissário Mattos.Roberto Pompeu de Toledo, Jornal do Brasil (novembro 1990)Uma história política com a perseguição a Getúlio Vargas e o seu suicídio como pano de fundo. Um grande romance.Francisco José Viegas
Nascido em 1925, em Minas Gerais, Rubem Fonseca é, nas palavras de Fernando Veríssimo, citado pela TSF, "um mestre nos romances e nos contos", preconizador de "um estilo duro", que "envolve" as pessoas "na leitura".Os seus livros mais conhecidos serão, talvez, "agosto" e "A Grande Arte", os dois editados em Portugal. O leitor pode ainda encontrar outros títulos, como "A Confraria dos Espadas", ou, publicado mais recentemente, "Secreções, Excreções e Desatinos", sobre o qual Maria da Conceição Caleiro escrevia no suplemento Mil Folhas, do jornal Público (26/4/03): "Rubem Fonseca é um dos autores mais emblemáticos da literatura brasileira que se desenvolve a seguir ao desgaste da temática rural, e se concentra sobretudo nos meandros urbanos e suburbanos de cidades como o Rio de Janeiro. "'Secreções, Excreções e Desatinos' é um conjunto de curtas estórias (...)
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